- 08/07/2021
- Posted by: RLOR Advogados
- Categories: Artigo, Notícia
Nos tempos atuais, onde a tecnologia ocupa a maior parte de nossos dias, é obrigatória a busca por inovação em todas as áreas, e o Direito não poderia ficar fora disso. É dessa necessidade de aperfeiçoamento prático que surge a ideia do Visual Law, que tem como foco principal a prospecção de clientes a um nível de linguagem acessível à todos, não somente entre os operadores do Direito.
Com esses recursos, é possível otimizar a rotina de tratativa com o cliente e condução dos processos. Mas não para por aí. Técnicas como o Legal Design e o Visual Law também vêm ganhando espaço nos escritório de advocacia entre os profissionais jurídicos.
Como advogado ou advogada, você já sabe o poder que tem uma boa comunicação – especialmente quando se trata de ir em busca de direitos dos clientes. Porém, se comunicar bem não é sinônimo de usar palavras rebuscadas e difíceis. Pelo contrário, o importante, neste caso, é passar a informação e é aí que entra o Visual Law. Mas, o que é exatamente e como aplicar esse conceito na prática?
Não podemos falar do Visual Law sem antes entendermos o que é o Legal Design e a sua importância no processo de construção de uma comunicação mais útil para o usuário, ou seja, para o cliente. De forma bem resumida, o Legal Design é a aplicação de técnicas, ferramentas e metodologias de Design ao Direito para solucionar problemas jurídicos com foco no destinatário final. Já o Visual Law é uma das soluções que podem ser geradas a partir de um processo de Legal Design.
Assim, termos truncados e totalmente técnicos ficaram obsoletos. Apesar do apego ao latim que até hoje se percebe em algumas peças jurídicas, no universo do Visual Law não se cabe mais um dialeto carregado de juridiquês. É perciso conversar com o seu público, e se você fala muito rebuscado, a menos que o seu público seja o departamento jurídico de uma empresa, você vai acabar repelindo a clientela.
Através de um dos pilares do Legal Design é possível tornar o Direito compreensivo através da utilização de gráficos, infográficos e apresentações visuais. Conseguimos converter textos complicados aplicando conceitos de design, que já estamos acostumados na internet, para o universo tradicional jurídico. Existem diversas situações arbitrais onde os escritórios de advocacia enfrentam dificuldades para explicar assuntos muito complexos ou até mesmo para mostrar os serviços prestados para a captação de clientes. O Visual Law vem trazer o Direito para dentro das competências da comunicação ágil, dialogando diretamente com clientes que estão ambientados a novas tecnologias.
Em síntese, o Visual Law pode perfeitamente ser aplicado em qualquer documento de texto. Os advogados podem combinar elementos visuais e textuais para contar a história detalhada do caso e aumentar as chances de persuadir os magistrados. Além disso, podem transformar contratos cansativos em documentos claros, interativos e prazerosos de ler.
No Brasil, aliás, as técnicas têm sido aplicadas – até o momento – em três tipos de documentos: Petições, contratos e termos de uso. Imaginem uma pessoa totalmente fora da área jurídica, se deparando com um contrato de compra e venda completamente truncado e de difícil leitura? Certamente essa pessoa terá duas opções: Comprar sem saber ao certo as condições em que está se metendo, ou desistir da transação.
Por essas e outras é que especialistas na área de Visual Law e Legal Design insistem da ideia do “menos é mais”, sugerindo propostas como a retirada de palavras desnecessárias, utilização de documentos mais enxutos e leves, descarte de palavras de alta complexidade – para os casos em que não tenha como evitá-las, orienta-se o uso do rodapé com a explicação para as questões muito técnicas, melhoria da estética do documento, com inserção de uma fonte simpes, linhas bem espassadas, parágrafos corretamente divididos e adição de tópicos e subtítulos. Assim o nosso cliente do contrato de compra e venda vai facilmente encontrar as cláusulas que precisar no momento da negociação.
Embora o Visual Law esteja sendo bastante aplicado a contratos, regulamentos e demais peças do mundo jurídico – o que contribui bastante também, não parece algo prático, se consideramos que essa proposta de simplificação trazida pela técnica, visa justamente tornar o Direito acessível a quem não possui o conhecimento técnico da área. Dessa forma, como os operadores do Direito já estão habituados com os termos, essa simplificação seria de pouca valia.
Nesse sentido, nos parece mais assertivo investir nessas novas técnicas de design para atrair aqueles que estão de fora do juridiquês, aplicando em ferramentas como apresentações para clientes, apresentações arbitrais através de técnicas de storytelling em slides, e, finalmente, recursos de apoio visual em despachos com juízes e desembargadores, vale muito a pena ir além do “grifo nosso” e do realce de texto com a ferramenta de destaque do word, aplicando técnicas de infográficos, por exemplo.
Nossa equipe está à disposição para prestar esclarecimentos a respeito da questão.